O objetivo deste artigo não é apontar o dedo ou criticar o governo e veículos de imprensa e nem ter nenhum viés ideológico/político, mas simplesmente analisar os dados oficiais fornecidos pelo governo com informações de casos de Covid-19 e de óbitos ocorridos através de análise estatística e eventualmente comparar a situação dos 26 estados e Distrito Federal.
Para a análise de Covid-19 no Brasil foi utilizado como base a planilha atualizada no dia 02/01/2021 às 18:30 fornecida pelo site https://covid.saude.gov.br/ pegando o intervalo entre os meses de fevereiro a dezembro de 2020, desconsiderando os dados dos dois primeiros dias do ano de 2021. Para o ano de 2020 em análise (fevereiro a dezembro) o Brasil computou 7.675.973 casos e 194.949 óbitos. Mas como esses dados estão distribuídos entre os estados? Qual estado está em situação pior em número de casos e de mortes? Qual estado é o melhor e o pior no tratamento de pessoas infectadas com Covid-19? Todas essas perguntas este artigo tem o propósito de responder através da análise estatística.
NÚMERO DE CASOS
De acordo com a tabela 1 abaixo vemos que o estado de São Paulo tem o maior número de pessoas infectadas, com 1.462.297. Isso pode ser explicado por ser o estado brasileiro com maior número de habitantes, mas a sua taxa por 100 mil habitantes também é a maior entre os 26 estados mais o Distrito Federal, quase três vezes maior (2,69) que o estado em segunda colocação, o estado de Minas Gerais, com 542.909 pessoas infectadas.
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Analisando o gráfico 1 onde foi feito uma análise de variância entre as médias do Top 5 estados de número de casos (São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), vemos que o estado de São Paulo tem uma média muito superior entre os demais estados e uma variabilidade muito grande.
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Os demais estados possuem variabilidades e médias diferentes, mas estão próximas, mas o estado de São Paulo se destaca tanto em sua variabilidade quanto em relação a sua média. Para dar mais sustentação nessa afirmação, podemos comprovar adicionalmente através do gráfico 2 e estatística descritiva entre os 5 estados na tabela 3.
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O Top 5 estados – São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, correspondem a 45% dos casos de todo o Brasil, conforme visto no gráfico 3 de Pareto.
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NÚMERO DE ÓBITOS
No Top 5 de estados referente ao número de casos temos São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas para o Top 5 de estados de óbitos não necessariamente serão os mesmos estados. Há variáveis envolvidas como prática de política pública de governo estadual e municipal e também a conscientização de seus habitantes em seguir as orientações dos governos envolvidos. Dentre os 5 primeiros estados de número de casos apenas os estados de São Paulo e Minas Gerais continuaram na lista do Top 5 de óbitos e 3 estados entraram na lista: Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco. O estado de São Paulo também está na liderança no número de óbitos, conforme pode ser constatado nas tabelas 4 e 5 de números absolutos e por 100 mil habitantes.
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Realizando mais uma vez a análise de variância mas agora para o número de óbitos, o estado de São Paulo mais uma vez se destaca em sua variabilidade e em relação à média, logo a seguir também podemos destacar o estado do Rio de Janeiro que também se destaca em relação à média e variabilidade sobre os 3 restantes estados do Top 5: Minas Gerais, Ceará e Pernambuco, conforme demonstrado no gráfico 4.
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No gráfico 5 também é possível se comprovar que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro de destacam em relação aos demais ao longo do tempo, e ainda podemos ressaltar que o estado de Minas Gerais vem numa crescente enquanto que os demais vêm numa decrescente.
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Na tabela 6 foi realizada a estatística descritiva onde também podemos ressaltar que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro se destacam em relação as demais sobre a média e desvio padrão.
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Os 5 primeiros estados em relação a quantidade de óbitos – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco – no gráfico 6 é constado que estes estados concentram 53% dos óbitos de todo o Brasil por Covid-19.
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EFICÁCIA DOS ESTADOS NA RECUPERAÇÃO DE PESSOAS INFECTADAS POR COVID-19
Relembrando, que os 5 estados com maiores números de pessoas infectadas por Covid-19 são em ordem: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E os 5 estados com maiores números de óbitos por Covid-19 são em ordem: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco.
Mas estados como São Paulo e Minas Gerais que estão no Top 5 de casos e óbitos são menos eficazes que outros estados que não estiveram nas duas listas do Top 5? Não necessariamente. O leitor pode achar que o estado de São Paulo deve ser o mais ineficaz por estar no Top 1 de ambas as listas. Por ser o estado mais populoso do Brasil é de se esperar que tenhamos mais casos e mais mortes, mas não necessariamente o mais ineficaz.
Na tabela 7 vemos que o estado mais ineficaz é o Rio de Janeiro. Isso se deve ao fato de ter 3,36 vezes menos casos e 1,83 vez menos óbitos que o estado de São Paulo, que na proporcionalidade diz que é menos eficaz na recuperação de pessoas infectadas que o estado de São Paulo. A taxa de mortalidade no estado do Rio de Janeiro por pessoas infectadas é de 5,87% enquanto que no estado de São Paulo é de 3,19%.
O estado de Santa Catarina que está no Top 5 entre os estados de número de casos, se mostra o mais eficaz e tem a menor taxa de mortalidade, de 1,07%.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há muitas variáveis a serem estudadas para chegar à conclusão porque um estado e mais eficaz que outro, mas um bom ponto de partida são as políticas públicas dos governos estaduais e municipais e também a conscientização do povo em seguir as orientações das autoridades de saúde.
Mas também há de se reconhecer que deve haver um equilíbrio sócioeconômico com a saúde pública uma vez que famílias, principalmente de baixa renda, necessitam trabalhar do contrário passarão fome e também poderão vir a óbito.
Um estudo mais refinado nos estados mais críticos de casos/óbitos se faz necessário, entrando na esfera de municípios e até bairros para se determinar onde se apresentam os maiores focos do problema para uma tomada de ação emergencial.